Ministério da Cultura
Itaú
Instituto Rouanet
apresentam
Arte indígena contemporânea
Yubewe Namaka
Território Ancestral
19.10 a 05.11 de 2023
10h às 19h – QUI a SAB
10h às 17h – DOM
Sou artista e descendente da nação Iny Karajá.
Fui convidada a expor o meu trabalho no Instituto ROUANET. Ao me debruçar sobre minha própria ancestralidade karajá, refleti sobre o sentido da palavra território, que se estende e une os povos originários num conceito amplo e diverso. Ao tentar compreender o meu próprio território e ancestralidade, percebi que uma curadoria com outros artistas indígenas amplificaria uma conversa sobre este espaço de memórias, sonhos e muitas histórias. Sobre o que versa a mostra Território Ancestral?
A palavra território diz respeito a uma área geográfica delimitada e controlada por um grupo, comunidade, nação, governo ou entidade política. Para nós, esta palavra assume um duplo contorno, político e cultural, pois vai além deste lugar de demarcação de terras indígenas que foram historicamente vilipendiadas pelos não indígenas. Através da Ancestralidade os indígenas marcam o outro tipo de território, e este é o terreno do sonhar, fundamental para as mirações e criação dos mitos de origem da nossa cultura; e fazem eco na reivindicação deste outro terreno que é de espaço físico e de luta.
A mostra Território Ancestral trata de uma produção de arte contemporânea indígena, curada por uma artista indígena.
Uma exposição curada por uma indígena e com artistas indígenas convida o expectador a adentrar em múltiplos territórios e vivências. O Instituto Rouanet, juntamente com os artistas indígenas que integram esta mostra, convidam o expectador a observar a ancestralidade não por uma linearidade imutável congelada no passado ou por uma projeção imaginária de futuro. Para os povos originários, o tempo é composto da atemporalidade que atravessa toda criação da humanidade. Esta exposição mergulha fora do tempo estabelecido pelo ocidente e nos conduz ao mundo dos sonhos e possibilidades. Nós artistas integrantes desta mostra convidamos o espectador a adentrar através da nossa produção visual, por estes territorios de sonhos e ancestralidade.
Os artistas: Andrey Guaianá Zignnatto trabalha a cerâmica com o gen ancestral, mas com um olhar totalmente contemporâneo pelas formas e intenções políticas. Neste mesmo caminho, o coletivo Kokir Kaingang vai trançando a ancestralidade com o cotidiano da cidade e seus materiais as vezes inusitados. O MAHKU, movimento dos artistas Huni kuin apresenta suas mirações com cores fortes e luminosas que transporta o espectador por sonhos míticos. Kaya Agari sonha seus grafismos estendendo para outros planos superfícies e materiais que recontam a história do seu povo. Denilson Baniwa cria obras de arte que são uma fusão fascinante entre elementos da cultura ancestral e a arte contemporânea.
Curadora:
Kássia Borges Karajá
Artistas:
Andrey Guaianá Zignnatto
Coletivo Kókir
Denilson Baniwa
Kássia Borges Karajá
Kaya Agari
Mahku – Yaka Huni kuin
Instituto Rouanet:
Rua Direita 248, Centro Histórico, Tiradentes – MG